Renato Cabral Eu sempre orientei minha direção mais pela palavra que pela imagem. Assim, aprendi a filmar como quem escreve: com coerência, coesão, ênfase, silêncio e pausa. Mas eu vim do interior. E tive que aprender a contar minhas próprias histórias. Fiz tanta coisa sozinho pra entender que meus melhores trabalhos são os que fiz com gente mais sabida que eu. Errei demais. Fiz muito filme ruim. Mas acabei aprendendo mais sobre critérios, sobre aquela hora que é melhor planejar que pelejar; mas também quando é mais importante usar a intuição que a referência. E hoje alcancei aquela experiência e maturidade que faz os projetos serem exatos e os processos serem leves e divertidos. Acho que cheguei até aqui assim, tentando dar uma condução sensível e intensa a cada um dos trabalhos que colaboro e conduzo, como se por meio de cada filme eu falasse comigo mesmo, ouvindo o que eu tenho de sábio e de bobo. E se no fim eles ainda tivessem aquela força que faz as pessoas sentirem algo, eu também sentia que tinha chegado lá. Isso mesmo na publicidade.